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Opinião: Mobilidade e desenvolvimento social são zonas de alerta para reeleição de Bruno Reis

 Opinião: Mobilidade e desenvolvimento social são zonas de alerta para reeleição de Bruno Reis
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Há quem duvide, mas o prefeito Bruno Reis tem um favoritismo reforçado a cada dia diante do bate-cabeças dos adversários. Com a máquina na mão e condições políticas para ser reeleito, o gestor soteropolitano precisa lutar contra o salto alto e ainda evitar que pelo menos dois pontos não atrapalhem o projeto de permanecer no posto: mobilidade e desenvolvimento social.

A questão do transporte público é um problema que se arrasta desde o final do mandato de ACM Neto. O opção pela outorga onerosa na concessão, junto com a crise dos combustíveis e da pandemia, tornou o sistema difícil de ser sustentado. Iniciou um processo de subsídio que demanda também apoio de outros entes, seja com a não cobrança do ICMS para o transporte público pelo Estado da Bahia, sejam transferências da União para custeio. Bruno tem sido uma voz ativa e crítico das tentativas de empurrar com a barriga o problema. Por sorte – e competência -, as finanças de Salvador têm um mínimo de organização que não é profundamente impactada por essa crise que atinge quase toda grande cidade brasileira.

Se esse é um problema da área de gestão, a prefeitura ainda tem dificuldade de convencer a população de que se esforça para melhorar o acesso aos diversos bairros da capital. O BRT, por exemplo, foi uma grande aposta, mas que provocou a supressão de linhas de ônibus para que o sistema funcionasse com mais passageiros. Como consequência, parte da população que não gosta da integração plena (algo que praticamente Salvador é a única grande capital com o benefício) transforma a evolução dos transportes em um calo no sapato de quem busca reeleição. Até que a obra esteja completamente concluída, é preciso rebolar para não deixar que um ponto relativamente simples vire uma dificuldade grande demais. Como o metrô é controlado pelo estado, o modal se torna uma arma contra a prefeitura e não são raras as vezes em que os petistas simulam que precisou essa intervenção para que a crise não fosse ainda maior.

Outro ponto nevrálgico para Bruno Reis é a área de desenvolvimento social. Ele, que tem um pezinho nesse setor desde que comandou a respectiva pasta, sabe da relevância e do impacto nas urnas. Porém gastou pouco tempo ao longo da administração para reforçar ações na área e só agora na segunda metade da gestão percebeu que, caso não tome cuidado, votos podem ser dispersados. A chegada da vice-prefeita Ana Paula Matos na Secretaria de Saúde pode ser considerada um marco dessa preocupação. Mas, ainda assim, não resolve outras áreas correlatas. Dentro da própria máquina, as ponderações são recorrentes e Bruno, ao que parece, retomou as rédeas a partir de anúncios e intervenções no setor. É momento de ajustes para que 2024 seja tranquilo e sem sobressaltos.

O favoritismo do prefeito é real e mesmo adversários históricos sabem disso. Bruno tem tudo para garantir a reeleição – com ajuda dos adversários, inclusive. Com todos os ponteiros ajustados, ele pode ficar imbatível. Evitando o salto alto, lógico.

Fonte: Bahia notícias

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